quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Masmorra viva

Saudações leitores! Hoje vou abordar um assunto meio óbvio pra qualquer mestre experiente, mas não tão claro assim pra quem é novo nessa função. Existe muita gente que aprende as regras de um sistema e resolve se arriscar no mundo dos narradores de RPG, mas as vezes esse aspirante a mestre se esquece de pequenos detalhes triviais de uma masmorra, como por exemplo o fato de elas serem ecossistemas.


Como assim ecossistema? Simples. Antes dos aventureiros chegarem na masmorra pra quebrar tudo e roubar o que tem lá dentro, ela era um local que estava esquecido em algum lugar. No nosso mundo é fato que locais abandonados atraem moradores como animais e criminosos, mas o problema é que em mundos de fantasia medieval esses animais possuem ND e os criminosos tem níveis de ladino ou guerreiro. Bem, o que isso tem a ver com ecossistema? Veja a resposta nas próximas linhas:

Muitas vezes um mestre iniciante fica meio hipnotizado com a variedade de monstros e criaturas que ele pode colocar em seu jogo, isso faz com que ele exagere “um pouco”. Lembro bem de uma vez que eu estava jogando pela internet. O grupo invadiu uma velha mansão abandonada. Ao passarmos por uma porta que estava trancada, nos deparamos com uma sala onde parte do teto havia cedido e entre os escombros encontramos um casal de aranhas gigantes. Depois de bater nas aranhas, examinamos os escombros e ao dar a volta pela sala encontramos uma parede parcialmente caída que levava a outro cômodo, onde dormia tranquilamente um grupo de orcs. Ao falhar num teste de furtividade, um dos heróis pisou em falso, o chão de madeira rangeu e os orcs acordaram...

Pensem comigo: se a porta por onde entramos estava trancada e o teto desabou, as aranhas acharam nos escombros um bom lugar pra namorar, até aí perfeito, mas a sala seguinte não tinha porta. O que impediu as aranhas de atacar os orcs? Outra coisa, o som de quatro aventureiros lutando contra um casal de aranhas do tamanho de uma cadeira não foi o bastante pra acordar os orcs, mas o ranger de um piso carcomido foi?

Antes de sair povoando suas masmorras com monstros e mais monstros, procure encontrar a coerência disso tudo, é raro ver várias espécies habitando a mesma área pacificamente. Até onde me lembro aranhas gigantes não conseguem raciocinar, não pensam em coisas como “ter orcs por perto ajuda na segurança do ninho”, pra elas eles tb são invasores... será que naquela situação o mais forte não teria matado ou afugentado o mais fraco?

Monstros são criaturas vivas que atacam em defesa do ninho, do território, ou por mera sacanagem mesmo, o fato é que usar esse argumento contra os heróis é legal, mas também é bom pensar em como os monstros encaram uns aos outros. Monstros inteligentes podem formar alianças, mas e se um urso coruja fizer seu ninho perto de uma mina? Com ele não tem conversa, vai pegar de pancada qualquer um que chegar perto da mina, seja gente ou bicho...

Enfim, a dica lucomics de hoje é que antes de sair jogando monstros numa masmorra, o mestre tente imaginar como eles se dariam uns com os outros... quebrar monstros variados de pancada é legal, mas nem todos os monstros do livro aceitam vivem em harmonia... colocar “vida real” numa masmorra pode torná-la bem mais interessante.

Feliz natal pra todo mundo ae...

By Lucão

1 comentários:

Anônimo 24 de dezembro de 2009 às 12:22  

Massa... Isso é apenas mais um detalhe que mostra o quão complexo é o trabalho do mestre!

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