quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Conivência e Conveniência

O que fazer quando alguns jogadores passam a ignorar as práticas de boa conduta nos jogos e transformam sessões de jogo que seriam deliciosas em experiências que muitas vezes reúnem frustração e incômodo, levando alguns outros jogadores a pensarem em abandonar o grupo.


O problema...

Narro RPG há muitos anos e neste tempo todo já lidei com as mais variadas situações numa mesa de jogo, num grupo de jogadores.

Mas nenhuma destas tem sido tão estranha quanto uma recentemente presente nas sessões de jogos que integro, como narrador ou jogador.

Talvez minha conivência com o comportamento cada vez mais intransigente de algum(uns) jogadores tenha sido a grande responsável por este(s) jogador(es) ter(em) se transformado em presenças hostis ao bem caminhar do jogo, e, consequentemente o rastreio e captura da diversão que é a essência de qualquer RPG.

Isso leva a perceber que a referência de narradores e jogadores na mesa de jogo faz toda diferença para o bem-sucedido empreendimento de um rodada de rpg, assim como de qualquer jogo. Particularmente percebo que existem dois momentos distintos que antecedem a perda do controle deste tipo de jogador.

1.Conivência do Narrador:
Muitos jogadores depositam no narrador de um grupo o controle da situação, esperando que dele partam as iniciativas de chamar a atenção, punir e impor restrições dentro do ambiente de jogo. De fato, por estar com as rédeas do cenário, o narrador acaba encontrando mais artifícios para podar e/ou neutralizar as atitudes anti-jogo. Mas isso não deve se restringir ao narrador, pois, fora de seu papel diferenciado, ele é apenas mais um jogador em busca de diversão.

2.Espírito de Equipe:
Obviamente envolvendo tanto narradores quanto jogadores, este é o ponto alto de toda sessão de jogo: buscar diversão de maneira conjunta e leal. Respeito mútuo e bom senso são pilares desta necessidade/procura. Para tanto cabe a todos, jogadores e narradores, estipularem que sua esfera de atuação foi acionada quando algum jogador foge das regras, foge dos códigos de conduta e das tradições veladas ao longo do crescimento e amadurecimento de um grupo de amigos em torno de ambientes comuns: neste caso o rpg.

O que fazer?


Colocar as cartas na mesa. Ser direto, objetivo, severo e coerente. Estabelecer as parcelas de responsabilidade e cobrar a atitude de todos. Não há necessidade de se edificar uma força de vigília à boas práticas, como acontece em muitos servidores de jogos online, mas é necessário que tais 'boas práticas' sejam lembradas de tempos em tempos.

Para tanto o narrador deve parar o jogo no meio, quando todos estiverem reunidos e já concentrados. Assim, pode explicar que o jogo tem ficado aquém do esperado ante posicionamentos pouco amigáveis de alguns jogadores e explicitar quais os fundamentos dos jogos de interpretação de papéis, suas regras não sistematizadas (aquelas de regem a boa conduta da jornada e a diversão de todos) e abrir o espaço para que todos falem e colaborem com a definição daquilo que os diverte, e em como alcançar tais pontos.

O máximo que pode acontecer é todos voltarem a se divertir como antes.

3 comentários:

@FFenrirX 6 de janeiro de 2010 às 19:24  

Discussões em uma mesa pode ser motivada por "n" motivos, mas as regras e problemas pessoais são os que mais dão destaque nessas brigas. Se o caso é regras, cabe ao narrador se impor, fazendo que ele seja antes de ser um contador de histórias, um juiz; agora se o problema é pessoal, aí cabe a conversa aberta com todos os envolvidos nos problemas, e se o caso for extremo, uma mediação mais forçada é necessária (substituição de jogadores/mestres, em um exemplo mais drástico). Mas, sabendo que muitos RPGístas antes são pessoas com certo raciocínio lógico, creio que brigas desse tipo tendem a não ocorrer quando ocorrem parcimônia entre todos os envolvidos.

Bom jogos para todos!

Juan 7 de janeiro de 2010 às 11:09  

Problema que ocasinava com alguma certa frequencia na "mesa" em que algumas vezes atuei, foi de botarem o lado pessoal em jogo, ou demonstrar atitude egoístas. Banalidades, pois o RPG trata-se de um jogo em convivência em grupo, e muitos não entendiam assim. Gerando certa hostilidade e até se aliando a NPC's de atitude duvidoso, ao invés de apoiarem o grupo. Ações assim desgatam o jogo e dividem lados que deveriam estar juntos para dar um bom seguimento ao jogo. Cria uma atmosfera ruim. como dito o melhor sempre é o diálogo. Ninguém gosta de ouvir verdades, mas é a melhor maneira de correção e contenção dos problemas gerados. Como disse nosso Companheiro de Blog: Davi, em outro "post": "O que acontece na mesa, fica na mesa".

Anônimo 7 de janeiro de 2010 às 13:29  

Essa situação é muito delicada mesmo. O problema desse assunto é que só de se tocar nele as coisas já saem do lugar, o lado pessoal entra e aí já viu.
Por fim o jeito é falar mesmo, não dá, e que todos compreendam que para a diversão geral continuar, algumas diversões individuais terão de se limitar...

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